Pioneiros Negligenciados: Abordagens Eslavistas da Tradução

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CITRAT Webinar (19.05.2023) 

Pioneiros Negligenciados: Abordagens Eslavistas da Tradução

Palestrante: Marina Damaros

Resumo

No Brasil, os Estudos da Tradução se iniciaram entre as décadas de 1970 e 1980, com as correntes linguísticas de Catford, Nida, Vanay e Darbelnet, sendo depois influenciados pelos Estudos Descritivos da Tradução — especialmente pelas ideias de Venuti, Bassnett, Hermans, Lefevere etc. Porém, pouco se sabe das abordagens da tradução do leste da Europa. Do pós-Segunda Guerra até os anos 1980, foram escritas em diversas línguas eslavas obras cruciais sobre a tradução que refletiam uma febril pesquisa teórica, didática e profissional e que variavam da tradução de poesia até a programação de máquinas para traduzir, da psicolinguística à semiótica da tradução. Além disso, considera-se que a mais notável escola ocidental de pesquisa da tradução, o movimento definido como “Translation Studies” (que, de acordo com alguns pesquisadores italianos, como a proeminente Laura Salmon, seria mais sócio-histórico e, assim, iria na via contrária ao de uma “Teoria da Tradução”, mais linguística), tenha sido oficialmente constituído na ocasião de uma histórica conferência internacional na Bratislava (Eslováquia), em 1968, sob o título de “Translation as an art”, organizada pelo grande teórico eslovaco Anton Popovic, que com Frans de Haan e James S. Holmes, fariam a curadoria da coletânea de atas (em inglês, 1970), estreando o primeiro número da histórica coleção “Approach to Translation Studies”. Assim, um novo movimento contemporâneo, em muito difuso a partir da Itália, busca dissolver a centralização ocidental dos Estudos da Tradução mundiais que a barreira linguística e a presunção cultural (como escreve Salmon) impuseram à maior parte das monografias euro-americanas (e de seus seguidores, como o Brasil). Este webinar apresenta os pontos centrais das abordagens eslavistas da tradução, que enfatizam a centralidade da linguística na busca de uma “teoria da tradução”.

MARINA DARMAROS é jornalista, tradutora e pós-doutoranda pelo programa de pós-graduação LETRA da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), atualmente baseada na Universidade de Bolonha. É doutora em Literatura e Cultura Russa pela USP, tem mestrado em Jornalismo Internacional pela Universidade Russa da Amizade dos Povos (RUDN – Patrice Lumumba) e é bacharel em jornalismo pela Cásper Líbero. Viveu em Moscou por oito anos, onde iniciou uma série de pesquisas nos arquivos soviéticos pela Universidade Estatal de Moscou Lomonóssov (MGU) e trabalhou como correspondente e editora para meios de comunicação diversos (Rossiískaia Gazeta, Folha de S. Paulo, Globo News, Radio France Internationale etc.). Em seu doutoramento, analisou e cotejou as traduções de Jorge Amado para o russo durante o período soviético, complementando sua historiografia com documentos inéditos do período. Atualmente, seu objeto de pesquisa é uma historiografia dos Estudos da Tradução soviéticos entre os anos 1920 e 1960, com base em documentos dos arquivos soviéticos, cotejos e obras de pesquisadores contemporâneos e da época.

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